quarta-feira, 29 de maio de 2013

Silere, tacere

Ele pode ser misterioso, perturbador, doloroso, estranho ou desesperador. Pode causar dúvidas, declarar certezas, desconstruir mentiras, evitar esclarecimentos. Tem o poder de unir em cumplicidade; ou abrir fendas, abismos, na percepção do desencontro. Por vezes, comunica, mas também pode ser a completa falta de assunto. É recurso da sedução — e também um sintoma do rompimento. Usado em momentos de medo, de concentração ou de vigília. Sinal de serenidade, assim como de transtorno ou choque. Acontece no pensar e também no esvaziar da mente. Pode ser autoritário ou complacente; até mesmo solidário. Guarda mágoas e tristezas, acumula sorrisos e pequenas alegrias secretas. Tortura, bem como acalma. Ora é leve, ora é pesado. Salva das palavras indesejadas ou desnecessárias e priva das declarações mais bonitas. Concilia, assim como isola. Tem as melhores intenções, mas pode ser completamente destrutivo.

O silêncio. De quanto silêncio a gente precisa?

Um comentário:

Fabiana Baioni disse...

Tão antagônico, né?

Esses dias me peguei pensando sobre o silêncio tb e saiu isso aqui:
http://subexposta.blogspot.com.br/2013/05/blog-post_27.html

Acho que tô na parte negativa do silêncio. hahaha
Beijos