sábado, 19 de junho de 2010

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar


Obrigada, pai. Descanse em paz.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pode rir

Estava eu, me recuperando de uma prova terrível de teoria da comunicação, quando as pessoas ao meu redor começam a falar de situações esdrúxulas ou indecorosas. Eu falo muito naturalmente e quanto mais gente estiver envolvida na conversa, mais eu abro a minha boca - o que, inevitavelmente, me faz dizer coisas que eu deveria guardar para mim ou ao menos não contar para as outras 40 pessoas ali presentes. Vexame, a gente vê por aqui.
Logo, se 40 indivíduos sabem, não custa contar pra alguns outros poucos que passam por aqui.

Num determinado mês de julho, há alguns bons anos (não sei quando porque minha memória é uma merda), viajamos eu, mamãe, papai e um casal de primos da minha mãe. Fomos de carro para Chapada Diamantina, no interior da Bahia. Já não sei se o ocorrido foi na ida ou na volta, antes ou depois de eu ter me encantado com aquele lugar maravilhoso. Sério... Paisagens incríveis; uma pena que na época eu era muito pequena e não sabia tirar fotos (não que eu seja uma fotógrafa profissional agora).
Mas voltando ao causo: ida ou volta, whatever. Era de noite e acho que estávamos em Minas Gerais. Um frio terrível, muito terrível e minha mãe e a prima falando sem parar. Eu, esmagada no meio das duas, ouvindo aquela conversa ininterrupta de São Paulo até a Bahia, e vice-versa. Por algum problema em relação à rota ou à bexiga de um dos passageiros (eu avisei sobre a memória), paramos num posto policial.
Foi então que eu vi. Homens encapuzados, todos de preto, segurando armas. Juntei os elementos e pronto - achei que eram ladrões, terroristas ou qualquer coisa do gênero e comecei a berrar loucamente dentro do carro:
- NÃO PARA, PAI. NÃO PARA!
Todos, nesse instante, ficaram meio perdidos e ao mesmo tempo preocupados, me perguntando o que afinal estava acontecendo. Daí eu respondo, ainda insana e tremendo dos pés à cabeça:
- É LADRÃO ALI! É LADRÃO!
Assustam-se todos e olham, então, na direção que eu apontava. Meu pai volta o olhar pra mim e sentencia:
- São os policiais de balaclava, Winnie, porque tá frio.

Fim.