sexta-feira, 2 de abril de 2010

Só?

A menina está sozinha, observando as folhas caídas pelo chão e a teia de aranha construída sobre o banco. A intensidade com que respira denuncia o que sente por dentro: confusão. Ela está perdida, fragilizada e vulnerável.
O mundo transformou-se numa estrada um tanto quanto obscura e ela procura nos rostos estranhos algum olhar terno, a fim de encontrar proteção. Quer um abraço sem fim, um afago que ultrapasse o limite do corpo e lhe cubra a alma de paz.
Talvez esteja agressiva, o que significa apenas medo. Medo do que sente, do que imagina, do que lembra... Do que é agora: uma menina sozinha.
Então ela se cala e deixa fluir a corrente de águas turbulentas. Às vezes percebe-se sem forças e reduzida a fragmentos desconexos. Em outros momentos, alia-se à esperança - amiga imprescindível neste momento.
E assim as horas passam. Tudo passa, e isso a acalenta.

2 comentários:

Marina disse...

Por pior que esteja, tudo passa. É o que tem me consolado.

Beijos!

Nath disse...

Mas tudo passa... tudo sempre passarááá