sexta-feira, 30 de maio de 2008

Visita indesejada

Ela chegou cautelosamente silenciosa. Mostrou-me sua bagagem desagradável e logo depois esclareceu que era tudo mercadoria sem valor.
Pareceu ir embora, contudo dias depois ressurgiu. Mais viva, mais preparada. Riu de um jeito sarcástico, com olhar de prepotência e falsa piedade.
Piscou e elaborou um discurso minuciosamente preparado e objetivo, que me deixou suscetível e desarmada. Conseguiu de mim o que queria, fez de mim sua freguesa e vítima.
Odeio sua presença, senhora Insegurança.

domingo, 25 de maio de 2008

O post vai ser musical. Não por preguiça ou falta de criatividade, mas é que o Amarante escreve bem melhor que eu! E sim, eu serei clichê!
Nota: muda tudo pro eu-lírico feminino. 3ª pessoa e vocativo para o masculino, consequentemente! :D

Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
antes um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar
a qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for, que pra nós dois
sair de casa já é se aventurar

Ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

Taí a verdade.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A vontade de ser pluma

Estou apaixonada por Milan Kundera e seu A Insustentável Leveza do Ser. Li só a metade do livro, mas me sinto tão seduzida por cada linha, por cada palavra ali escrita que já o defini como uma obra literária para se ter na cabeceira da cama por toda a vida.
Acho que a sedução que o livro exerce sobre mim pode ser explicada por algo bem simples - Milan escreve sobre o que eu sonho em ser: leve.
Eu sou a pessoa presa à razão, à ponderação, à parcimônia, ao pavor do impulso, ao pensar exagerado, ao medo de arriscar... Não sei abdicar do peso, seja ele qual for e independente do quanto me sufoque. Tenho receio da crítica, da censura, do erro e do equívoco, muitas vezes inexistentes ou mesmo insignificantes.
Minha intenção não é agradar ao mundo. O que me prende é uma coisa muito mais particular e subjetiva, que não consigo definir com clareza. É como se houvesse alguém dentro de mim, me vigiando e avaliando, e que eu temesse frustrar. Meu vocabulário parece reduzido demais ao tentar explicar essa minha mania de não agir, de adiar minha vida e ficar pensando nas mil e uma possibilidades que estão contidas em cada escolha e atitude.
Pareço uma criança no primeiro dia de aula, que se agarra à mãe por medo daquela nova realidade, do desconhecido que lhe parece assustador. É isso, eu tenho medo do desconhecido. Mas se eu nunca abdicar disso, se eu nunca me expor ao misterioso e incógnito, serei sempre a mesma criança imatura e covarde.
Bah! Chega de usar este blog como divã de psicanalista. Só estava precisando organizar minhas idéias fora da minha cabeça. Parece que assim eu consigo vê-las de uma maneira mais transparente e compreensível, o que supostamente facilitaria a minha tentativa de "interpretação em primeira pessoa". :D


Daqui 2 dias sou oficialmente gente grande. Bela bosta! Vou continuar a fazer as mesmas coisas, só que legalmente. (Y)
Quero telefonemas, torpedos, scraps, depoimentos, comentários, mensagens telepáticas, seja lá o que for. Não esqueçam de me dar parabéns, porque eu sou rancorosa! u.u
Hahaha

o/