segunda-feira, 24 de março de 2008

Aquilo que restou do que se foi

Era um sábado comum, mas terminou com a visão brutal da morte. Um instante, um momento insignificante na História - e a renúncia de uma vida ainda jovem, num impulso que eu diria ser de muita coragem.
Ainda relembro inconscientemente aqueles segundos perturbadores e sinto aquele cheiro repugnante nas horas mais impróprias. Sentidos que surgem durante o dia, durante o sono... A todo instante, trazendo recordações indesejáveis.
Não sei por quais motivos aquele rapaz sem rosto e sem identidade decidiu fugir. Não tenho intenções de julgá-lo, de criticá-lo ou de me colocar em seu lugar. O livre-arbítrio nos foi dado para usarmos da maneira que melhor nos conviesse. E a única coisa que posso afirmar é que naquele instante a fuga era a melhor saída que ele enxergava.
Foi uma experiência atormentadora que ficará incrustada por bastante tempo em mim. Ou quem sabe permanecerá sempre aqui, surgindo em momentos aleatórios da minha vida. O fato inegável é que eu mudei de certa maneira o meu jeito de olhar o mundo, pelo menos por enquanto. Quero viver, no sentido mais literal que a palavra possa ter.

Mas resta ainda uma pergunta: quão fina é a linha que separa a nossa sanidade mental do desespero enlouquecedor?

5 comentários:

Anônimo disse...

É mais fina do que imaginamos... infelizmente.

Nath disse...

Nossa, é preciso uma coisa assim acontecer pra pararmos pra refletir! Acho que compreendo pelo menos um pouco do que pode ter se passado pela mente desse rapaz, essa angústia que parece só se contentar com o fim. Por isso também não julgo, acho até coragem demais... só que ainda prefiro manter esse vazio, a acabar com tudo.

Anônimo disse...

Pra mim, a linha não é fina... Ela simplesmente não existe.
A única coisa que até separa essas duas partes distintas de sua mente, é você mesmo.
Tanto que, coisdas que podem te deixar atormentadas, podem não ter o mesmo efeito comigo, por exemplo. Só você separa essas duas coisas, você controla. Ou melhor, Teu cérebro te faz controla-las, não de forma desejável, mas de forma saudável.

Anônimo disse...

não sei definir o quão fina ela é, não concordo com quem disse que nós a construímos. A gente sequer se constrói. Mas sim nossas experiências, as pessoas que participam de alguma forma da nossa vida, ou até mesmo do fim dela. A gente pode até ter uma...essência diferente dos demais, que faz com que nós consideremos alfguns fatos diferentemente de outros. Nos preocupemos mais ou menos com eles. Isso também é o que define se situações boas ou ruins fiquem impregnadas muito ou pouco tempo nas nossas mentes. Pra não começar a fazer uma falsa filosofia de quem pensa e também não chega à conclusões certas(mesmo pq creio que ela não existam), volto à questão da sua questão, essa linha seja da "espessura" que for, se torna frágil ou se fortalece com nossas decisões, a cada instante. O problema é que não temos nenhum controle sobre ela...acredito que o segredo é pensar o menos nessas coisas. Mas nós seres humanos sempre queremos ser tão "racionais" e esquecemos que é essa racionalidade em excessão que deixa a gente doido de verdade. Acho que só não devemos querer sempre ter o controle de tudo...somos tão insignificantes perto do tudo!

Anônimo disse...

Tá na hora de postar textos novos, hein filhota?!
ahahahhahahahahhaha
Brincadeira, bjos