Quando criança eu observava minha mãe arrumando-se para sair. Acreditava que ela era a mulher mais elegante do mundo: sapatos lindos que eu ansiava usar, maquiagem bem feita, cabelos bem cuidados. Entendia que eu havia nascido no ventre da mulher mais inteligente, mais culta e que nenhuma outra tinha tanto a ensinar como ela.
Mantinha, porém, um medo evidente da minha mãe. Sempre foi uma mulher brava. Meus irmãos mais velhos já estavam na adolescência quando eu ainda aprendia a escrever e ler, e talvez por isso via com mais intensidade como eram fortes os seus sermões e incisivas as suas ordens. Por isso fui uma criança relativamente "bundona" - evitava fazer coisa errada, mesmo que fosse arte de criança, por receio do que pudesse ouvir dela. E assim nasceram os "Mãe, posso sentar no chão? Vc lava a minha roupinha?" ou o "Mas minha mãe não vai gostar!", que eu sempre repetia para os primos e amiguinhos.
Fui crescendo e comecei a avaliar o mundo ao meu redor. Então surgiram as primeiras discussões com a matriarca. Descobri defeitos que antes aparentavam não existir, acreditei que ela implicava demais com algumas coisas e tudo mais que os filhos adolescentes pensam.
Não posso dizer que minha relação com ela agora seja realmente maravilhosa. Discutimos bastante, discordamos em determinados assuntos, pensamos diferente sobre várias coisas. Às vezes ela me irrita, sei que a irrito muito mais.
Mas tem horas que fico pensando no quão forte e corajosa ela é. Passou uma infância dura (com uma mãe bem mais autoritária do que ela mesma), teve um primeiro casamento difícil, criou uma filha a duras penas. Mais tarde criou filhos "adotados", o que exigiu uma certa adaptação e uma grande mudança de vida, afinal a partir daquele momento eram 3 crianças e posteriormente mais uma, eu. Aturou anos de briga com a família do marido e por obra do destino teve que engolir algumas coisas para aceitar a presença dessas pessoas mais tarde.
Nos últimos 2 anos, abdicou consideravelmente de sua vida para cuidar do amor da sua vida, o meu pai. Dia e noite, o alimenta, lhe dá remédios, alivia suas dores, chora junto, acaricia; e em algumas horas demonstra-se impaciente e geniosa.
Mas mãe é isso: uma mistura de defeitos imperdoáveis e qualidades supremas. No fim das contas, estas últimas sempre pesam mais.
Mantinha, porém, um medo evidente da minha mãe. Sempre foi uma mulher brava. Meus irmãos mais velhos já estavam na adolescência quando eu ainda aprendia a escrever e ler, e talvez por isso via com mais intensidade como eram fortes os seus sermões e incisivas as suas ordens. Por isso fui uma criança relativamente "bundona" - evitava fazer coisa errada, mesmo que fosse arte de criança, por receio do que pudesse ouvir dela. E assim nasceram os "Mãe, posso sentar no chão? Vc lava a minha roupinha?" ou o "Mas minha mãe não vai gostar!", que eu sempre repetia para os primos e amiguinhos.
Fui crescendo e comecei a avaliar o mundo ao meu redor. Então surgiram as primeiras discussões com a matriarca. Descobri defeitos que antes aparentavam não existir, acreditei que ela implicava demais com algumas coisas e tudo mais que os filhos adolescentes pensam.
Não posso dizer que minha relação com ela agora seja realmente maravilhosa. Discutimos bastante, discordamos em determinados assuntos, pensamos diferente sobre várias coisas. Às vezes ela me irrita, sei que a irrito muito mais.
Mas tem horas que fico pensando no quão forte e corajosa ela é. Passou uma infância dura (com uma mãe bem mais autoritária do que ela mesma), teve um primeiro casamento difícil, criou uma filha a duras penas. Mais tarde criou filhos "adotados", o que exigiu uma certa adaptação e uma grande mudança de vida, afinal a partir daquele momento eram 3 crianças e posteriormente mais uma, eu. Aturou anos de briga com a família do marido e por obra do destino teve que engolir algumas coisas para aceitar a presença dessas pessoas mais tarde.
Nos últimos 2 anos, abdicou consideravelmente de sua vida para cuidar do amor da sua vida, o meu pai. Dia e noite, o alimenta, lhe dá remédios, alivia suas dores, chora junto, acaricia; e em algumas horas demonstra-se impaciente e geniosa.
Mas mãe é isso: uma mistura de defeitos imperdoáveis e qualidades supremas. No fim das contas, estas últimas sempre pesam mais.